sábado, 29 de dezembro de 2012
Sobre a Moral
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Uma noite
domingo, 11 de novembro de 2012
Calor
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
A Demissão do Pássaro
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Je Vous Salue, Sarajevo
sábado, 20 de outubro de 2012
Sobre textos inacabados
domingo, 5 de agosto de 2012
domingo, 29 de julho de 2012
domingo, 22 de julho de 2012
O sexo e o coçar os olhos
segunda-feira, 9 de julho de 2012
Aniversário
quarta-feira, 27 de junho de 2012
The Chills
quinta-feira, 21 de junho de 2012
21 de junho
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Avôs
– Neta – diz o outro.
– Eu também – diz o primeiro, mostrando um desenho nas costas da própria mão.
– Ela diz que é uma borboleta. Eu não acho nada parecido com uma borboleta, mas vou discutir com ela?
– A minha insiste que isto é um gato de chapéu, e não quer ouvir o contrário.
– Não aceitam críticas.
– No outro dia, eu disse: “Que bonito, você fez uma pintura abstrata...” Ela não quis saber de pintura abstrata. Era um sapo vermelho no meio de um lago azul, eu não estava vendo?
– Elas ficam bravas.
– Ficam. Só falta nos chamarem de burros. E quando a gente vai lavar a mão para tirar a tinta?
– Fazem um escândalo. Estamos destruindo as suas obras de arte.
– A sua pinta, o seu rosto também?
– Pinta. Diz que é maquiagem. Há dias eu estava dormindo a sesta e quando acordei estava com o rosto todo pintado. Pó, batom, blush, tudo que ela pega da mãe dela.
– A minha só usa o batom. Mas passa batom em todo o meu rosto, menos nos lábios. Na ponta do nariz, nas faces... Faz desenhos com batom na minha testa e exige que eu nunca mais lave o rosto.
– Não é formidável?
– É fantástico.
– Vou confessar uma coisa. Eu não sabia o que era a felicidade até o dia em que minha neta desenhou cabelos na minha careca com tinta preta. Foi um escândalo em casa. Mas como, sujando a cabeça do vovô desse jeito?! Ela explicou que era para tapar a careca, para o vovô ficar mais bonito. Botaram ela de castigo, ameaçaram jogar fora as suas tintas, foi uma choradeira só. E eu feliz da vida. Olhe só, ainda tem um resto de tinta aqui...
– Elas são maravilhosas...
– Mas depois crescem.
– Tem isso. Crescem depressa demais. Começam a achar avô chato...
– Eu me vejo daqui a poucos anos andando atrás da minha e pedindo: “Não quer pintar a mão do vovô?”
– É . “Pinta o rosto do vovô de palhaço, pinta”.
– Vamos ter que pedir por favor.
– E elas nada. E daqui a pouco são umas mulheres feitas...
– A verdade é que ser avô dura muito pouco.
– Muito. Temos que aproveitar o momento, que passa rápido. Aproveitar antes que desbote.
– Como uma pintura na mão.
– Isso. Olha, acho que aquele guichê ficou livre.
– Vou lá. Muito prazer, viu?
– Prazer.
domingo, 13 de maio de 2012
quarta-feira, 9 de maio de 2012
Sobre a macro e a micro vida humana
sexta-feira, 4 de maio de 2012
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Retweetando sem Twitter
http://guess-i-am-outta-time.blogspot.com.br
Não sei de onde veio, amigo. But I love it.
segunda-feira, 16 de abril de 2012
terça-feira, 10 de abril de 2012
Dual
Teu miocárdio não aceleraria tuas reflexões
Mudando tua expressão no espelho da água
Enquanto estivéssemos aqui nesta banheira,
Com olhos concentrados, arrepiados.
Eu, não completamente nua
Embora apareça mais que um pássaro
E embora fosse dia nos países baixos
E noite sugestiva lá fora.
O tempo sempre escorre pelas escadas
E eu, nunca completamente nua
Mas tão tua.
Narrando estranhos
segunda-feira, 2 de abril de 2012
sexta-feira, 30 de março de 2012
Paixão
quarta-feira, 21 de março de 2012
terça-feira, 20 de março de 2012
sábado, 17 de março de 2012
Cadê o tempo?
Hipóteses:
1. A internet retira 1/3 de nossas vidas a partir da adolescência. Assim temos apenas 2/3 de vida para concluir atividades como leitura, pinturas e, enfim, viver de verdade.
2. O The Sims e outros jogos de videogames ou computadores fazem o papel da internet para certas pessoas (eu? haha)
3. Os homens, que antigamente eram considerados mais geniais que as mulheres, utilizam a partir de 1/10 de suas vidas dedicados ao futebol (no caso do brasileiro) e outros esportes.
4. A mulher, que antes já não era considerada inteligente, hoje realmente não tem tempo para isso em função das habituais exigências do mercado de trabalho e da sociedade ao impor um determinado padrão de beleza - imagine quantos dias, somadas as horas que ficamos nos depilando, fazendo modificações químicas no cabelo e pintando as unhas, dariam? Praticamente 1/10 da vida!
5. O mundo tinha bem menos gente. Partindo desse fato, creio que menos tempo se gastava preso num trânsito de carros infernal ao deslocar-se nas grandes cidades e menos era o mercado consumidor - portanto, mesmo sem a ajuda de máquinas, a demanda era menor e o alfaiate, por exemplo, podia praticar arte em suas peças únicas (menos eram as especializações também). Aliás, quase tudo era único, poucas cópias assumiam o lugar dos originais e tudo era "novo" no mundo "velho".
6. Tinha-se menos meios de chegar à informação, então, ao invés de viver consumindo conteúdos de tudo que é canto do mundo, a pessoa tinha tempo para se dedicar ao próprio pensamento, sem viver ansiosa por saber tudo além do que lhe era possível ou fazia parte de seu próprio raciocínio.
7. Dava-se o devido valor e incentivo às grandes teorias, descobertas e criatividade. Afinal, ainda não existia tanta coisa no mundo mesmo.
8, 9, 10, 11.....São tantas as desculpas de uma mente improdutiva.
sexta-feira, 16 de março de 2012
Uma pequena análise sobre "O Clone"
Hoje é dia 2 de março de 2011. Acabei de ver mais um capítulo da melhor novela que já assisti: O Clone (que “vale a pena ver de novo”). Agora eu vejo o quanto o roteiro é complexo e que o final pode até ser previsível em relação aos protagonistas que se amam, mas o enredo é essencial na composição das personagens (coisa que deixa a desejar em quase todas as novelas, já que as personagens, geralmente, são estereótipos jogados num conto de fadas moderno). A cultura não é só plano de fundo da trama, pois nota-se que as personagens estão inseridas de tal maneira nesse contexto, que vivem com humanidade e razão até o que é considerado absurdo aqui no ocidente. Sem falar que não existem maniqueísmos e até a mocinha é considerada promíscua e, por vezes, errada por seguir à risca seus sentimentos, sem pensar em outra coisa que não seja a sua felicidade. Não existe o elenco secundário e todas as personalidades são abordadas com intensidade, desde a angustiada Zoraide até o próprio clone -será que ele tem a mesma alma do Lucas?. Ah, e o Lucas chora quando pensa na Jade. Essa novela me faz pensar muito, inclusive nos costumes dos muçulmanos que são mostrados com uma linha de raciocínio não tão lógica, mas muito correta, bonita. Existem muitas lições que podem ser tiradas dessas crenças. A mulher ter que ficar bonita em casa para o marido é uma obrigação um tanto machista, mas estranhos somos nós, que queremos é nos arrumar para o mundo e não só para quem amamos – existe aí uma superficialidade que pode ser encarada como uma maneira de dar valor ao que se tem. Os casamentos arranjados dão a oportunidade dos corações solitários aprenderem a amar, contanto que ambos sigam o costume de manter a harmonia dentro da casa e sempre se respeitarem. Existem coisas que, de fato, são cruéis para quem crê, mas não se pode ser radical ao analisar uma sociedade dessas já que “whatever works”.
quarta-feira, 7 de março de 2012
Não entendi muito bem essa frase no contexto em que ela foi empregada no livro, porém, quando a li, simplesmente simpatizei com a relação da troca de pele com a "troca de tempo". Nunca tinha pensado nessa comparação figurativa.
Bem verdade, trocamos de pele o tempo todo, já que, apenas no banho, grande parte das células mortas da nossa epiderme são liberadas na limpeza - e, no resto do tempo, estamos sempre em constantes renovações de membranas plasmáticas e etc. Então, talvez o tempo se desapegue dela em "tempo" integral, fazendo com que a sua concepção (sobre o tempo não passar) se alongue durante a sua existência...
Fragmentos II
“A única coisa que pude fazer por eles foi mantê-los debaixo do terror de minha régua de madeira para que pelo menos levassem a lembrança do meu poema favorito: Estes, Fábio, ó dor, que vês agora, campos de solidão, desolados outeiros, foram noutro tempo a Itálica famosa. Só depois de velho fiquei sabendo, e por casualidade, do apelido malvado que os alunos me puseram pelas costas: Professor Desolado Outeiro.”
“Aos quarenta e dois anos havia acudido ao médico por causa de uma dor nas costas que me estorvava para respirar. Ele não deu importância: É uma dor natural da sua idade, falou.
-Então – disse eu -, o que não é natural é a minha idade.”
GARCÍA MARQUES, Gabriel. Memória de minhas putas tristes