Busco incessantemente a curva do
meu rio, a flecha da minha bússola, o meu significado pessoal de alma, a minha
ontologia. E caio numa selva de desejos cada vez menos reprimidos, de leões
querendo sair pela minha boca, de sereias de todos os sexos cantando. No meio
dela, me sinto perdida mentalmente, mas será que mente é alma? Porque a minha
alma está acolhida na vida literal, no instinto bárbaro do inconsciente. Alma e
corpo dançam, enquanto a mente fica estremecida, briga com a memória, se
transforma em uma consciência trêmula, quase indiferente, que a qualquer
momento pode dar o bote. O que eu faço com essa ética inerente, com esse papa
que deve segurar impulsos fisiológicos, com essa Eva de Adão?